FORD: Minha vida, minha obra: Autobiografia (Os Empreendedores) (Portuguese Edition)

Depois que deixei Detroit Edison um grupo formou a Detroit Automobile Company para fabricar o meu carro, ficando eu como engenheiro chefe, com uma pequena parte das ações. Durante três anos construímos carros mais ou menos conformes ao meu modelo. Vendíamos pouco e não pude arrastar meus associados a uma produção popular. A preocupação era produzir

O fundo da minha ideia é, pois, que o desperdício da energia e a avidez do dinheiro impedem a boa produção. O desperdício é devido em grande parte a não se compreender o que se faz, ou à falta de cuidado no que se faz. E a avidez não passa de miopia. Tenho-me esforçado por produzir com o mínimo de desperdício, tanto de material como de mão de obra,

Todo o meu esforço visa a simplificação. Se ao povo falta tanta coisa, se até os produtos de primeira necessidade lhe vêm tão caros (sem falar de certa porção de conforto que deve caber a todos) é porque tudo o que fabricamos é muito mais complicado do que devera ser. As nossas roupas, a nossa alimentação, os nossos móveis, tudo poderia ser muito m

O CAMINHO MAIS CURTO Todos procuravam alcançar o dinheiro pelo caminho mais curto, mas ninguém queira tomar a estrada do trabalho. Consideremos a concorrência. Sempre ouvi dizer que a concorrência é um perigo, contra o qual o homem de negócios hábil se apercebe conseguindo por meios artificiais um monopólio. Para a maioria dos homens de negócios o

O CLIENTE O compromisso que o fabricante contrai com o cliente não termina com o ato da compra; esse ato apenas inicia as suas mútuas relações. No caso da venda de um automóvel esse ato serve de apresentação. Se o carro não presta, seria melhor que jamais se tivesse realizado aquela venda, porque a pior propaganda é um cliente insatisfeito. No perí

Não posso dizer que o trabalho fosse pesado: não há trabalho pesado quando nos interessa e eu não duvido nunca da vitória. Ela vem sempre, quando se faz por merecer. Além do mais, tinha o conforto da minha esposa, que confiava ainda mais do que eu no sucesso futuro. Sempre foi este o seu caráter.

A particularidade para mim mais surpreendente dos negócios era dar-se uma grande importância à parte financeira e quase nenhuma à qualidade do produto. Parecia-me isso uma inversão da ordem natural, que quer o dinheiro como efeito do trabalho, vindo depois e não antes dele. Outra particularidade que me impressionava era o desprezo em melhorar os mé

Na maior parte dos casos a necessidade de novos capitais resulta da má direção dada aos negócios e esses novos capitais só conseguem fornecer a administradores incapazes elementos que lhes permitam prolongar por mais tempo a sua má administração. É um sursis a condenação que os espera, e, como invento financeiro, um truque de especuladores. O dinhe

Estávamos numa época fértil em lançamentos de numerosas sociedades comerciais. Os banqueiros, até então limitados às estradas de ferro, começavam a penetrar na indústria. Minha ideia era a que sempre foi – bem fabricar. E ainda – que um negócio deve começar modestamente e pouco a pouco ir-se aumentando com os próprios lucros. A ausência de lucros p